sábado, 14 de maio de 2011

As Novas Correntes Estéticas na Viragem do Século

O Realismo:

O Mundo, em meados do século XIX, era conduzido pela ciência e merecia ser retratado tal como era, ou seja, com realismo.

O Realismo é o movimento cultural que se segue e se opõe ao Romantismo. Influenciado pela corrente positivista, rejeita toda a subjectividade. Este movimento foi particularmente expressivo na pintura e na literatura.

Na pintura, o Realismo começou por manifestar-se no tratamento de paisagens, que se apoiou na simples reprodução desapaixonada e neutra. Passou, depois, aos temas do quotidiano, que tratou de forma simples e crua.

     A Carruagem de Terceira Classe, Honoré Daumier (1808-1979), 1862


Na literatura, o Realismo centrou-se no retrato objectivo da realidade social.

Os personagens do Realismo são pessoas comuns que vivem, lutam, amam e sofrem, num cenário minuciosamente descrito, contemporâneo e identificável para o leitor. Foi esta realidade palpável, clara e cruamente exposta que chocou a sociedade burguesia da época (ligada às aparências e foi alvo de severas críticas.



O Impressionismo:

O Impressionismo é a corrente pictórica que se esboça na década de 1860 e persiste até ao início do século XX.

Os impressionistas procuram captar a realidade visível tal como, de imediato, a percebemos, transfigurada pelas diferentes intensidades de luz.

Defensores da pintura de plein air (pintura ao ar livre), os impressionistas rejeitam a pintura de atelier e montam os seus cavaletes um pouco por todo o lado, na cidade e no campo. Pela primeira vez, os quadros são executados sem esboço preliminar, da forma mais rápida possível.

Os impressionistas não misturam cores, aplicam-nas puras sobre a tela, em pinceladas fortes e sobrepostas.

É o seu encantamento face à luz que leva os pintores impressionistas banirem o preto e o cinzento, trabalhando as sombras com pinceladas coloridas.


            O Sena perto de Asmières, Pierre August Renoir (1841-1919), 1879



O Simbolismo:

O Simbolismo é a corrente artistica da segunda metade do século XIX que atingiu a sua expressão mais forte cerca de 1880/90.

Cerca de 1880, fez-se sentir na Europa um certo desencanto face à tendência positivista. Assim, filósofos, artistas e escritores lançam-se numa via restrospectiva, procurando uma outra realidade para além das coisas visíveis.

Os pintores simbolistas tentam imprimir às suas obras um significado espiritual e profundo. Consideram que a arte deve mergulhar nos mistérios do mundo e da alma. Experimentando um forte desejo de evasão, os seus quadros espelham uma profunda nostalgia dos mundos perdidos e primitivos.

Os pintores simbolistas sentiram-se unidos pela valorização do sobrenatural, pela "elevação" da arte.


                      Esperança,  George Frederic Watts (1817-1904), 1886


Tal como acontece na pintura, o simbolismo literário orienta-se para outra realidade que não a do mundo visível. Procura dar expressão às forças obscuras e incontroláveis do indivíduo, iniciando uma escrita obscura e difícil. Tomando a poesia como forma privilegiada de expressão, o simbolismo vai privilegiar a musicalidade e o poder encantatório das palavras.



 
Uma "Arte Nova":

Arte Nova é o estilo que marca, na Europa, a viragem do século (1890-1914) e se afirma pela oposição aos estilos antigos que continuavam a inspirar a arte académica.

A Arte Nova surgiu da necessidade de procura, desde meados do século XIX, dos artistas e arquitectos por um estilo novo, que individualizasse o seu tempo.

Na sua base encontra-se a preocupação de lutar contra o "mau gosto" que invadira a vida quotidiana através dos objectos industriais, produzidos de forma mecânica, sem qualquer preocupação estética. Por isso, este estilo encontra a sua expressão mais forte nas artes aplicadas e na arquitectura.

É o pendor decorativo deste estilo que melhor o caracteriza. Influenciados pela corrente simbolista e pelas estampas japonesas, os artistas comprazem-se num repertório essencialmente vegetalista e feminino, feito de superfícies ondulantes e entrelaçadas.


                          Palácio da Música Catalã, Barcelona (1905-1908)
 

                                   

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